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Biblioteca Escolar ESJP

03
Nov22

NGOZI ADICHIE | SUGESTÃO DO MÊS

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Chimamanda Ngozi Adichie é uma escritora nigeriana que tem vindo a destacar-se no mundo literatura, sobretudo pelos temas eleitos. 

Nasceu em Enugu, no dia 15 de setembro de 1977.

Aos 16 anos, deixou a Nigéria e viajou até aos Estados Unidos onde foi estudar Comunicação na Drexel University, em Philadelphia, mas foi em Eastern Connecticut State University que se licenciou em Comunicação e Ciência Política. Mais tarde fez um mestrado em escrita criativa na Johns Hopkins University, em Baltimore, e estudou História Africana na Yale University.

Chimamanda Ngozi Adichie é atualmente uma das maiores vozes da literatura africana, tendo as suas obras já sido traduzidas para mais de trinta idiomas.

 

Fonte: PNL

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26
Set22

VERGÍLIO FERREIRA

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Vergílio Ferreira nasceu em Melo, uma pequena aldeia do concelho de Gouveia, no dia 28 de janeiro de 1916.
Frequentou o Seminário do Fundão, que retratou no romance Manhã Submersa, e que Lauro António adaptou para o cinema, convencendo Vergílio Ferreira a participar no filme, no papel de Reitor do Seminário; e a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Filologia Clássica, e fazendo o estágio para professor no Liceu D. João III, atual Escola Secundária José Falcão.

Passou por Bragança, Évora e Faro, até ao Liceu Camões, em Lisboa, onde coincidiu com o aluno António Lobo Antunes que o descreve numa crónica (Retrato do Artista Quando Jovem) como “um professor de ruga atormentada na testa como se os rins da alma lhe doessem que atravessava o pátio do recreio torcido por incómodos metafísicos. Um colega mais instruído revelou-me que o professor se chamava Vergílio Ferreira e publicava livros”.

As cidades de Évora e Coimbra fazem parte do imaginário literário de Vergílio Ferreira, mas também a Serra da Estrela e a sua aldeia de Melo, que servem de cenário a densos e profundos textos do autor.

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Fonte: PNL - https://www.pnl2027.gov.pt/np4/home

 

 

10
Fev22

ALBERT CAMUS | AUTOR DO MÊS PNL

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Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Licenciado em Filosofia, participou na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat. Em 1957 foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século XX. Dos seus títulos ensaísticos destacam-se O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951); na ficção, são incontornáveis O Estrangeiro (1942), A Peste (1947) e A Queda (1956). A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de O Primeiro Homem, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994.

 

08
Fev22

LIVRO DO MÊS DA B.E. | LUÍS SEPÚLVEDA

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Foi a 4 de outubro de 1949, na localidade chilena de Ovalle, a mais de 300 km a norte da capital, Santiago, que nasceu Luis Sepúlveda. Filho de um militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante, e de uma enfermeira de origens mapuche (um povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina), Luis Sepúlveda cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.
Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em 1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde, licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.
Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de leitores.
Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica –, uma honra que definiu como «uma emoção muito especial».
Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979 alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar, que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da revolução sandinista, trabalhou como repórter.
Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14 anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988. Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano, destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros latino-americanos com os seus homólogos europeus.
Luis Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas. Em Portugal, era presença assídua na Feira do Livro de Lisboa, em sessões de autógrafos onde era bem visível o carinho do público português pelos seus romances, e esteve presente em quase todas as 21 edições do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa do Varzim, a última das quais entre 18 e 23 de fevereiro de 2020.
A 29 de fevereiro de 2020, Luis Sepúlveda foi diagnosticado com Covid-19, naquele que seria o primeiro caso de infeção nas Astúrias, e consequentemente internado no Hospital Universitário Central de Astúrias, onde veio a falecer a 16 de abril.

20
Jan22

O PROCESSO | FRANZ KAFKA

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«O Processo» é um romance de 1914, perturbador, sufocante, mas tragicamente verosímil: «Alguém devia ter caluniado Josef K., visto que uma manhã o prenderam, embora não tivesse feito qualquer mal. A cozinheira da sua senhoria, a senhora Grubach, que todos os dias, pelas 8 horas da manhã, lhe trazia o pequeno-almoço, desta vez não apareceu. Tal coisa jamais acontecera. K. ainda se deixou ficar um instante à espera. Entretanto, deitado, com a cabeça reclinada na almofada, observou a velha do prédio em frente que o contemplava com uma curiosidade fora do vulgar; depois, intrigado e cheio de fome, tocou a campainha. Nesse momento bateram à porta, e um homem, que K. jamais vira na casa da senhora Grubach, entrou no quarto»… O texto, deixado incompleto, conta a história de um bancário que é processado sem saber o motivo. Josef K é perseguido e condenado, desconhecendo as causas da acusação. Apenas sabe, estupefacto, que há um processo judicial contra ele, mas não pode consultá-lo. É obrigado, assim, a percorrer os labirintos da burocracia e da administração, a seguir ritos inconsequentes, a comparecer em tribunais absurdos, a submeter-se a ordens contraditórias e desconexas. Em dado passo, a realidade transforma-se em confusos pesadelos. Foi Max Brod, o editor amigo de Franz Kafka, quem revelou postumamente ao público, em 1925, «O Processo», pertencendo-lhe a escolha e a sistematização dos textos, reeditados com acrescentos em 1935 e 1946. Isto, apesar das orientações deixadas pelo autor no sentido de deverem ser queimados os inéditos. Explica Jorge Luís Borges: «Kafka não quis publicar muito em vida e pediu que destruíssem sua obra, o que me lembra o caso de Virgílio, que também encarregou seus amigos de destruírem a não concluída “Eneida”. A desobediência destes fez com que, felizmente para nós, a obra se conservasse. Eu acho que nem Virgílio nem Kafka queriam, na realidade, que os seus trabalhos fossem destruídos. Senão eles mesmos ter-se-iam encarregado do trabalho. Se eu atribuo a tarefa a um amigo, é um modo de dizer que não me responsabilizo». E Max Brod esclarece: «Em Junho de 1920, fiquei com o manuscrito de “O Processo” e pu-lo imediatamente em ordem. Não tinha título, mas Kafka em conversa intitulara-o sempre “O Processo”. A divisão em capítulos e os títulos são do próprio. A ordem é do meu critério. Contudo, como o meu amigo me havia lido uma grande parte do romance, pôde o meu sentimento apoiar-se, na colocação em ordem dos papéis, na lembrança da leitura. Franz Kafka considerava o romance inacabado. Antes do capítulo final deveria ainda descrever algumas fases do misterioso processo. Mas como este, segundo o autor, jamais devia atingir a suprema instância, o romance era, em certo sentido, inacabável, isto é, infinitamente prolongável».

Agostinho de Morais

15
Dez21

SUGESTÃO DE LEITURA | UM LIVRO PARA IR AO TEATRO

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“Sim, porquê ir ao teatro? É certamente a questão que se coloca ao Martinho. Como vimos, a resposta « para nos divertirmos» é insuficiente. Etimologicamente – muitas vezes, a etimologia de uma palavra, de uma noção dá-nos pistas interessantes -, teatro significa « o lugar de onde se vê». Podemos então imaginar que vamos ao teatro para ver. Mas para ver o quê, Martinho?
- Para ver…  o mundo.
- Muito bem! É isso, para ver o mundo.  ( …) Para  ver que mundo? Ou antes, o mundo sob que forma?
(…)
Vamos ao teatro ver as ações dos homens e das mulheres que, 6gvemovidos pelas suas paixões e interesses singulares, entram em conflito uns com os outros. Na peça Antígona , de Sófocles, a heroína que dá o nome à tragédia quer a todo o custo enterrar o irmão, Polinices, que acabara de morrer; mas Creonte, o tio,que é o chefe da Cidade, proíbe-a de o fazer, acusando Polinices de traição. Antígona  não faz caso e é condenada e emparedada viva. Tão inflexível  quanto a sua sobrinha, Creonte  vê a infelicidade desabar sobre si próprio : o seu filho, Hémon, apaixonado por Antígona, e a sua própria esposa, Eurídice, suicidam-se.“

In Vou ao Teatro Ver o Mundo (2016), editora Imprensa Nacional-Casa da Moeda | Teatro Nacional de São João.

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18
Nov21

SUGESTÃO DE LEITURA | O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS

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“Ricardo Reis, idade quarenta e oito anos, natural do Porto, estado civil solteiro, profissão médico, última residência Rio de Janeiro, Brasil, donde procede, viajou pelo Highland  Brigade, parece o princípio duma confissão, duma autobiografia íntima, tudo o que é oculto se contém nesta linha manuscrita, agora o problema é descobrir o resto, apenas. (…) Ricardo Reis vai aos jornais, ontem tomou  nota das direcções, antes de se deitar, afinal não foi dito que dormiu mal, estranhou a cama ou estranhou a terra, quando se espera o sono no silêncio de um quarto ainda alheio, ouvindo chover na rua, tomam as coisas a sua verdadeira dimensão, são todas grandes, graves, pesadas, enganadora é sim a luz do dia,  faz da vida uma sombra apenas recortada, só a noite é lúcida, porém o sono a  vence, talvez para nosso  sossego e descanso, paz à alma dos vivos. (…) Causou dolorosa impressão nos círculos intelectuais a morte inesperada de Fernando Pessoa, o poeta do orfeu, espírito admirável que cultivava não só a poesia em moldes originais mas também a crítica inteligente, morreu anteontem em silêncio, como sempre viveu, mas como as letras em Portugal não sustetam ninguém, Fernando Pessoa empregou-se num escritório comercial, e, linhas adiante, junto do jazigo deixaram os seus amigos flores de saudade.”

in O Ano da Morte de Ricardo Reis, editora Caminho.

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30
Set21

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO NAZIS

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A expressão “campo de concentração” tornou-se muito conhecida em nosso vocabulário por causa dos campos construídos pelos nazis durante o período que estiveram no poder da Alemanha (1933-1945). Os campos de concentração nazis foram utilizados para receber todas as pessoas que eram entendidas como opositoras ao regime e “inferiores” (do ponto de vista racial da ideologia nazi).

O primeiro campo de concentração construído pelos nazis foi o de Dachau, inaugurado em 1933. Dachau foi criado após um anúncio de Heinrich Himmler (um dos grandes líderes do partido nazi) de que um campo de concentração para prisioneiros políticos seria construído naquela região (Dachau estava nas imediações de Munique, na Alemanha). Esse campo foi designado para receber comunistas e social-democratas, e os primeiros 200 prisioneiros chegaram em 22 de março de 1933.

Logo nos primeiros dias de funcionamento de Dachau, tornaram-se públicas informações que mencionavam a violência com a qual os prisioneiros eram tratados. Com pouco mais de um mês de funcionamento, cerca de 12 prisioneiros haviam sido assassinados pelos guardas de Dachau. A criação de Dachau serviu como precedente e de inspiração para que outros campos de concentração fossem criados na Alemanha.

O historiador Richard J. Evans fala que o surgimento dos campos de concentração durante o período nazi não foi um acaso ou uma necessidade de abrigar uma população carcerária que aumentou consideravelmente com a perseguição promovida pelos nazis, mas foi um ato premeditado que fazia parte da ideologia nazi e que havia sido defendido por Hitler e denunciado por outros grupos da sociedade alemã ao longo da década de 1920.

Ao longo dos anos, os nazis construíram novos campos de concentração, que recebiam, além dos opositores políticos do regime, os considerados “inválidos”, isto é, pessoas com distúrbios mentais e físicos. Essas pessoas eram enviadas para campos de extermínio específicos, que foram construídos entre 1939 e 1941.

Os campos de extermínio desenvolveram um método que foi utilizado em larga escala pelos alemães contra os judeus: o uso das câmaras de gás. A princípio, as câmaras de gás construídas assassinavam as pessoas com o uso de monóxido de carbono. As vítimas eram encaminhadas para chuveiros, mas em vez de água saía o gás da tubulação, matando as vítimas de asfixia.

Ao todo, nesse programa de extermínio de pessoas “inválidas”, foram mortas 70.273 pessoas até agosto de 1941, quando o programa foi interrompido. Esse programa foi exportado em uma dimensão muito maior para a Solução Final, o programa de extermínio dos judeus. O desenvolvimento do projeto de uso das câmaras de gás para o extermínio dos judeus foi designado por Odilo Globocnik, que trouxe parte da equipe responsável pelo projeto de extermínio dos “inválidos”.

O primeiro campo de concentração para o extermínio de judeus desenvolvido por Globocnik foi o de Belzec, na Polónia. Esse campo foi designado para matar os judeus que lá chegassem o mais rápido possível. A ideia era construir as câmaras de gás e utilizar o monóxido de carbono para a execução. Posteriormente, os nazis passaram a utilizar o Zyklon-B, produzido inicialmente para ser um pesticida, mas que se mostrou eficaz na execução de seres humanos.

Um parêntese importante é que os nazis ordenaram a construção de campos de concentração, aqueles cuja função era abrigar os judeus, campos de trabalho forçado, cuja função era a de explorar sua mão de obra, e também campos de extermínio, aqueles cuja única função era atuar como uma fábrica da morte.

 

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...e ainda AQUI a lista dos principais campos de concentração nazis

 

 

 

27
Set21

O TERRORISTA ELEGANTE | SUGESTÃO DA SEMANA | PNL

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O Terrorista Elegante e Outras Histórias reúne três novelas escritas a quatro mãos pelos dois amigos com base em peças de teatro encomendadas por grupos de teatro portugueses. 

“As três novelas que constituem este livro têm por base peças de teatro escritas em conjunto pelos autores em tempos diferentes. O primeiro conto, “O terrorista elegante”, resultou de uma encomenda do grupo de treatro A Barraca, de Lisboa. Os dois últimos, “Chovem amores na rua do matador” e “A caixa preta” , foram  escritos como resposta a convites do Trigo Limpo – Teatro ACERT, de Tondela, Portugal.

Escrevemos “Chovem amores na rua do matador” e “A caixa preta” trocando mensagens, a partir de cidades diferentes, um acrescentando o texto do outro. “ O terrorista elegante” foi quase inteiramente escrito em Boane, Moçambique, num jardim imenso, à sombra de um alpendre de colmo. Ali passámos dias, sentados à mesma mesa, cada um diante de um computador, rindo, brincando e apostando na negação da ideia de que a criação literária é sempre um ato profundamente solitário.”

José Eduardo Agualusa e Mia Couto (2019) 

in O Terrorista Elegante (2019) Quetzal Editores

 

José Eduardo Agualusa nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e  Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos com os mais  prestigiados  prémios nacionais e estrangeiros, como o Independent ou o IMPSC Dublin, tendo sido finalista do Booker.

 

Mia Couto nasceu  na cidade da Beira, em 1955, e tem formação em Biologia. Entre outros, recebeu o Prémio Camões em 2013, o União Latina em 2007, o Vergílio Ferreira em 1999, ou o Neustadt  em 2014 – e é autor de livros tão marcantes  como Terra SonâmbulaO Último Voo do Flamingo ou Vozes Anoitecidas.

 

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23
Set21

RETRATO DE DORIAN GRAY | ÓSCAR WILDE

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Começou por ser uma novela (ou pequeno romance) em 13 capítulos, intitulada O Retrato de Dorian Gray, e ocupou as primeiras cem páginas do número da revista em que foi publicada, em Julho desse ano (a Lippincott’s Monthly Magazine). Contudo, o texto publicado na revista não foi exactamente o texto enviado por Wilde. Certamente em nome do gosto burguês dos leitores mais convencionais da revista, Stoddart suprimiu cerca de 500 palavras das 50 mil que a narrativa continha, procurando, assim, suavizar ou branquear as referências à promiscuidade sexual de Dorian, as alusões homoeróticas em particular, bem como outras que pudessem evidenciar o perfume decadentista da personagem. Tal edição de texto (também se lhe pode chamar censura, evidentemente) terá sido feita à revelia do autor. Não se conhece, pelo menos, prova documental (cartas, por exemplo) de que tenha ocorrido de outro modo. Não obstante, a recepção crítica e jornalística da história do retrato que envelhece e envilece enquanto o seu modelo permanece jovem e belo não foi pacífica, não tanto nos EUA, mas sobretudo no Reino Unido, onde a revista era distribuída pela firma Ward, Lock & Company, que um ano depois publicará a obra em livro. O Daily Chronicle, de Londres, verberou a “frivolidade efeminada”, a “estudada insinceridade”, o “teatral cinismo”, a “pomposa vulgaridade” da obra: “Um livro venenoso, cuja atmosfera está carregada dos vapores mefíticos da putrefacção moral e espiritual”. O Scotts Observer falou em “estrumeira” e a St. James’s Gazette reclamou a proibição da obra. Um livreiro londrino recusou-se, aliás, a vendê-la. Enfim, um succès de scandale.

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21
Set21

ANNE FRANK - UM EXEMPLO DE TENACIDADE

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Anne Frank (1929-1945) foi uma jovem judia vítima do regime nazi. Morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, deixando escrito um diário, que foi publicado por seu pai, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz (Polónia), intitulado "O Diário de Anne Frank".

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21
Jun21

SUGESTÃO DA SEMANA PNL | VIRGINIA WOOLF - MRS DALLOWAY

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“Numa clara manhã de primavera, Clarissa Dalloway resolve sair para comprar flores para a festa que acolherá naquela mesma noite, em sua casa. Enquanto passeia pelas ruas de Londres, são recolhidas imagens, sensações e ideias, entrelaçadas com as personagens que habitam o seu mundo - do marido, Richard Dalloway, à filha, Elizabeth, e a Peter Walsh, amigo de juventude acabado de voltar da Índia - e que com ele se cruzam - como Septimus Warren Smith, veterano da Primeira Guerra Mundial assombrado pela doença mental. Romance que revelou em pleno o talento de Virginia Woolf, a sua perspicácia, a sensibilidade transparente e, sobretudo, a arte suprema de descrever os segredos das almas - não os atos mas as sensações que eles despertam - fazem de Mrs Dalloway uma obra-prima indiscutível da literatura universal.”

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15
Jun21

SUGESTÃO DA SEMANA PNL | VIAGENS

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Publicado originalmente em 2007 no polaco nativo da autora, Viagens, cuja tradução para inglês venceu, em 2018, o Man Booker Prize, é o 12º livro de Olga Tokarczuk, um dos maiores nomes da literatura contemporânea no seu país Natal.

“Bieguni”, seu interessante título original, refere-se a um grupo de “old believers” que rejeitam a vida sedentária e acreditam que a viagem, o movimento, são essenciais para evitar o mal e a tragédia. Sendo Olga Tokarczuk formada em psicologia, não será de estranhar a sua curiosidade por um comportamento humano tão aparentemente inverso ao que são as nossas convenções sociais.

Esta escolha reflete a filosofia na qual Tokarczuk se parece basear para o desenvolvimento da sua obra, inconformada com uma única corrente literária. O seu estilo fragmentado será, talvez, um pouco desconcertante para o leitor durante os capítulos iniciais, ganhando alguma justificação e sentido ao longo das mais de 300 páginas compostas por pequenas “viagens” ao longo do espaço e tempo, numa amálgama de formas estilísticas onde se misturam ensaios e narrativas de ficção mais ou menos longas com algumas personagens históricas em aparições esporádicas.

Estes fragmentos, parecendo inicialmente sem qualquer tipo de relação entre si, têm em comum o tema do movimento, do lar físico e espiritual – o corpo humano e uma curiosidade um pouco macabra sobre anatomia tomam um papel central em várias das narrativas – desde uma ex-amante de um monarca que tenta desesperadamente recuperar o cadáver do pai, a um homem que perde o rasto à sua mulher e filho, à irmã do compositor Chopin que tenta encontrar um local de repouso para o coração do mesmo após a sua morte. Olga Tokarczuk parece então perguntar-nos: qual o nosso próximo destino? Qual o significado de lar, corpo, e a sua importância material e espiritual?

Uma das críticas mais recorrentes e pertinentes a este Viagens é a falta de enquadramento oferecida para muitas das escolhas da autora – quer sejam os mapas que surgem de forma aparentemente aleatória entre fragmentos narrativos, quer sejam histórias sem finalização, que podem deixar o leitor com um sentimento de frustração para com a leitura. Mas, talvez, também esse seja o propósito quando se fala de viagens. Afinal, Tokarczuk não se refere a turismo e ao encontro de pontos previamente demarcados num mapa (até porque o seu livro não segue qualquer tipo de padrão literário a que a maioria dos leitores esteja habituado), mas à filosofia nómada, de deixar um local, uma história e partir para a seguinte sem a preocupação de olhar para trás.

É uma perspetiva discutível, uma vez que algumas narrativas são revisitadas e deixadas com um certo tom de finalização, enquanto outras são tão breves que nos podemos perguntar o porquê de ali se encontrarem. Algumas das secções conseguem fazer sentido individualmente, enquanto outras parecem deixar mais questões que respostas, sem acrescentarem nada de relevante ao que a autora transmite no total das partes que constituem a obra, fazendo com que esta se alongue desnecessariamente em certos pontos.

Viagens é uma incursão infinitamente interessante pela mente da autora, que irá necessitar de alguma concentração por parte do leitor para combater a sua deliberada ambiguidade. Ainda assim, acaba por ser compensatória na escrita descomplicada e envolvente de Tokarczuk, traduzindo-se num exercício de literatura bastante agradável e original, sem se tornar demasiado cansativo ou complexo, ao alcance de qualquer leitor curioso que se predisponha ao desafio.

Fonte: Maria João Soares in Comunidade Cultura e Arte

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09
Jun21

MÁRIO DE CARVALHO

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Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão. Desde muito cedo ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico.

Desde então, tem praticado diversos géneros literários – Romance, Novela, Conto, Ensaio, Crónica e Teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Utiliza uma multiforme mudança de registos, que tanto pode moldar uma narrativa histórica como um romance de atualidade; um tema dolente e sombrio como uma sátira viva e certeira; uma escrita cadenciada e medida como a pulsão de uma prosa endiabrada e surpreendente.

Nas diversas modalidades de Romance, Conto, Crónica e Teatro, foram atribuídos a Mário de Carvalho os prémios literários mais prestigiados (designadamente os Grandes Prémios de Romance e Novela, Conto e Teatro da APE, prémios do Pen Clube Português e o prémio internacional Pégaso de Literatura). Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas.

Obras como Os Alferes, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, A Liberdade de Pátio ou Ronda das Mil Belas em Frol são a comprovação dessa extrema versatilidade.

 

09
Jun21

SUGESTÃO DE LEITURA | MÁRIO DE CARVALHO

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"O que eu ouvi na barrica das maçãs"
Esta obra engloba várias crónicas, escritas por Mário de Carvalho e publicadas pelo Jornal Público e Jornal de Letras, ao longo dos anos 80 e 90 do século XX. Abordam reflexões que abrangem diferentes temáticas, do jornalismo, à religião, ao quotidiano, incluindo, entre outros, textos em que está sujacente a dimensão política. Numa escrita singular e de grande riqueza descritiva, em que a ironia contrasta com a observação crítica da realidade envolvente, num vocabulário muito próprio e não convencional, mostrando tanto a sua faceta de cidadão atento como a de ficcionista.
 
Reconhecido como um dos mais importantes escritores portugueses da actualidade, a sua faceta de cronista passou despercebida à maior parte dos leitores; daí esta selecção das suas melhores crónicas publicadas nas décadas de oitenta e noventa do século passado no Público e no Jornal de Letras. Delas emergem o ficcionista, o cidadão, o comunicador e o memorialista, em textos que alguns diriam proféticos e, nas palavras de Francisco Belard: «testemunhos de um largo campo de assuntos, abordagens, dimensões e estilos, através de eras e lugares, sinais de um escritor que declaradamente prefere viajar no discurso e decurso do tempo e do espaço doméstico a fazê-lo em itinerários geográficos, programados e turísticos. Por tudo isto […], os leitores dos romances o vão reencontrar em mudáveis cenários e perspectivas, de outros pontos de vista, na familiaridade e na estranheza diante do seu mundo, que faz nosso.»

 

08
Jun21

SUGESTÃO DA SEMANA | COM O MAR POR MEIO...

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«Desta ilha de Lanzarote, com o mar por meio, mas com braços tão longos que alcançam a Bahia, nós, e os mais que cá estão, parentes e amigos, admiradores todos, vos enviamos muito saudar e votos valentes contra as coisas negativas da vida.

A amizade entre Jorge Amado e José Saramago teve início quando os dois já iam maduros nos anos e na carreira literária. O vínculo tardio, porém, não impediu que os escritores criassem um forte laço, estendido às suas companheiras de vida, Zélia Gattai e Pilar del Río.

Reunida neste livro, a correspondência inédita entre os dois mestres da língua portuguesa vem finalmente a público. São cartas, bilhetes, cartões, faxes e mensagens várias, enviadas ao longo de seis anos, com uma rica troca de ideias sobre questões tanto da vida íntima como da conjuntura contemporânea, sempre com afeto e bom humor.

Ilustrado com fac-símiles e fotos raras, Com o mar por meio é um documento que ilustra uma bela amizade - esse «manjar supremo» da vida - e aproxima o leitor do universo particular de dois dos maiores nomes da literatura de língua portuguesa.»

In  Com o mar por meio.  Uma amizade em cartas -  Jorge Amado  e José Saramago (2107). Companhia das Letras

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