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Biblioteca Escolar ESJP

24
Out22

CONSCIÊNCIA E MEMÓRIA

BE - ESJP

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A consciência é um sistema de memória inconsciente?

A consciência é a sua consciência de si mesmo e do mundo à sua volta. Esta consciência é subjetiva e única para nós, diz Andrew Budson, professor de neurologia e investigador da Escola de Medicina Chobanian & Avedisian da Universidade de Boston. Dizemos nós que, nesta parte, não é muito diferente do que António Damásio tem evidenciado há muitos anos, nas suas pesquisas.

Mas voltando ao professor Budson, este desenvolveu uma nova teoria da consciência, explicando por que ela se desenvolveu, para que serve e o que a afeta, nomeadamente porque é tão difícil fazermos escolhas certas, em coisas como uma dieta por exemplo.

Em poucas palavras, a teoria é que a consciência se desenvolveu como um sistema de memória que é usado pelo nosso cérebro de forma inconsciente, para nos ajudar a imaginar o futuro de forma flexível e criativa e planear em conformidade, explicou o autor.

“O que é completamente novo nessa teoria é que ela sugere que não percebemos o mundo, não tomamos decisões ou realizamos ações diretamente. Em vez disso, fazemos todas essas coisas inconscientemente e então – cerca de meio segundo depois – recordamos conscientemente que as fizemos.”

Budson explicou que desenvolveu essa teoria em conjunto com o filósofo Kenneth Richman PhD, do Massachusetts College of Pharmacy and Health Sciences e a psicóloga Elizabeth Kensinger, PhD do Boston College, para explicar uma série de fenómenos que não podiam ser facilmente entendidos com as teorias anteriores da consciência.

“Sabíamos que os processos conscientes eram simplesmente muito lentos para se envolverem ativamente em música, desportos e outras atividades, onde são necessários reflexos de ínfimas  frações de segundo. Mas, se a consciência não estivesse envolvida em tais processos, seria necessária uma explicação melhor do que as que temos”.

Segundo os autores, esta teoria é importante porque explica que todas as nossas decisões e ações são realmente feitas inconscientemente, embora nos iludamos acreditando que as fizemos conscientemente.

Assim, podemos dizer a nós próprios que vamos comer apenas uma colher de gelado, mas no passo seguinte apercebemo-nos que a embalagem ficou vazia. Isto porque a nossa mente consciente não está a controlar as nossas ações.

“Mesmo os nossos pensamentos não estão normalmente sob o nosso controlo consciente. Essa falta é o motivo pelo qual podemos ter dificuldade em parar um fluxo de pensamentos que nos passam pela cabeça enquanto tentamos dormir e também porque a atenção plena é difícil”, acrescenta Budson.

Com uma exploração mais profunda, este trabalho pode permitir que pacientes melhorem comportamentos problemáticos, como comer demais ou ajudar-nos a entender a forma como as estruturas cerebrais apoiam a memória ou até fornecer pistas sobre questões filosóficas ligadas ao livre arbítrio e à responsabilidade moral.

Crédito foto: Olhar digital

18
Nov21

O CÉREBRO TEM UM BOTÃO PARA APAGAR

BE - ESJP

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Um velho ditado da neurociência diz que neurónios que disparam em conjunto, acabam por funcionar em conjunto. Isso significa que, quanto mais se ativa um circuito neuronal, mais este sai reforçado. Este facto neurológico é facilmente corroborado pela nossa experiência e intuição. Quanto mais praticamos algo, mais proficientes ficamos nessa tarefa. 

Esta abordagem tem sido abundantemente utilizada, como técnica para se aprender coisas novas, mas novos dados mostram que há mais para além disso. Aprender coisas novas é mais do que fortalecer ligações neuronais e pesquisas recentes parecem demonstrar que pelo menos igualmente importante é o chamado ”corte sináptico”, ou seja o processo pelo qual o cérebro desmantela algumas das ligações mais antigas e menos usadas.

As células neurogliais são há muito conhecidas como um género de facilitadoras, que aceleram a passagem de informação entre neurónios. Mas há também um conjunto de células microgliais que atuam em conjunto com a proteína, C1q, que serve de marcador. Quando estas detetam essa proteína ligam-se e interrompem essa sinapse.

E é essa interrupção que consitui o processo que cria condições para novas aprendizagens, num género de botão que apaga o que não é necessário. As células microgliais necessitam ter oportunidade e tempo para atuar, e dormir é fundamental para ativar esse processo. É por isso que um bom sono noturno ou até pequenas sestas, nos faz sentir revirorados. O cérebro livrou-se do que não precisava e arranjou espaço para novas coisas.

Por enquanto não são conhecidos detalhes da forma como os marcadores selecionam o que deve ser apagado, mas sabe-se que está relacionado com a pouca utilização dada a essas sinapses e portanto, de alguma maneira, podemos controlar o processo refletindo bem sobre aquilo que é mais importante preservar.

Crédito da foto: NICHD/P. BASSER

COGITO

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26
Out21

AMADORA BD

BE - ESJP

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 O festival Amadora BD abriu ao público esta quinta-feira, dia 21 de outubro, depois de uma edição totalmente online no ano passado, com uma programação "muito diversificada e versátil" e uma nova localização do núcleo central, agora situado no Ski Skate Amadora Park.

Na quinta-feira de manhã ultimavam-se os detalhes no núcleo central, cuja mudança para uma nova morada foi forçada pela pandemia da covid-19, visto que o espaço onde o Amadora BD esteve nos últimos 16 anos, o Fórum Luís Camões, é neste momento espaço de vacinação.

"Adotámos esta morada com todas as vantagens que esta morada tem, nomeadamente uma relação muito profícua com o exterior, que nos permite criar pela primeira vez um recinto de festival", afirmou a diretora do Amadora BD, Catarina Valente, em declarações à Lusa durante uma visita ao espaço.

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17
Nov20

Parábola do Cágado Velho

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No âmbito do Movimento 14-20 a Ler e integrado na equipa Teams "Tempo de voar... sem sair do lugar" foi lançado um novo desafio de leitura do autor angolano Pepetela.

Nesta obra, Pepetela utiliza os antigos mitos angolanos para criar uma história de amor num cenário de lutas em que, mesmo sem fazer referências a períodos históricos específicos, podemos acompanhar as guerras em Angola - tanto a revolução pela independência, quanto a disputa fratricida entre Unita e Mpla - através dos olhos de personagens de camponeses. 'Parábola do cágado velho' mostra que a mistura de culturas em Angola não se dá só nos grandes centros urbanos e busca descobrir a verdadeira identidade angolana. O livro, que começou a ser escrito em 1990 e só foi publicado originalmente em 1997, estrutura-se como uma epopéia moderna de Angola, na qual os feitos heróicos e o ufanismo, naturais do género, deixam a cena em favor dos sofrimentos e da resistência dos homens do campo.

"Falo de um amor e de uma transgressão.

Quem sabe, talvez a transgressão nunca fosse posível. Mas a granada existiu, essa granada que traçou no ar espantado do planalto a figura da mulher amada. 

Mas uma granada, mesmo com tal magia, pode materializar um Mundo?"

Pepetela, prémio Camões 1997

158 páginas

 

 

17
Nov20

Pepetela

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Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela (Benguela, 29 de outubro de 1941), é um escritor angolano.

A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para a libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.