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Biblioteca Escolar ESJP

15
Mar22

JORGE SILVA MELO | 1948-2022

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Fundador, com Luis Miguel Cintra, do Teatro da Cornucópia, pai dos ainda activos Artistas Unidos, cineasta, escritor, crítico, dramaturgo, editor, tradutor, cronista: Jorge Silva Melo, figura crucial da cultura portuguesa, morreu esta noite, aos 73 anos, confirmou a Casa do Artista. Preparava-se para estrear, no próximo dia 23, uma encenação de Vida de Artistas, de Noël Coward, que deveria ficar até 10 de Abril no São Luiz Teatro Municipal.

Nascido em Lisboa a 7 de Agosto de 1948, passou a infância em Angola, na então Silva Porto (actual Kuito), e iniciou-se no teatro quando, de regresso a Portugal, frequentava a licenciatura em Filologia Românica na Faculdade de Letras.

O cinema viria a ser uma paixão paralela deste intelectual omnívoro, tão apaixonado pela leitura como pela escrita, pelos autores como pelos actores, que em 1969 partia para Londres com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar na London Film School. Com a cooperativa Grupo Zero, primeiro, e em nome próprio, depois, assinou alguns títulos incontornáveis do cinema português do pós-25 de Abril, como Passagem ou A Meio Caminho (1980), Ninguém Duas Vezes (1985), Agosto (1987) ou Coitado do Jorge (1993). A Cinemateca exibiu em 2020 uma retrospectiva de toda a sua obra, acompanhada da exibição de um ciclo de 20 filmes escolhidos por Jorge Silva Melo.

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Fonte: o jornal diário o PÚBLICO

20
Set21

JOSÉ AUGUSTO FRANÇA - MAIS QUE UM HISTORIADOR DE ARTE

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Nasceu em Tomar em 1922 e morreu neste sábado (18.09.2021) em Jarzé, localidade francesa perto de Angers, mas foi em Lisboa e Paris que José-Augusto França passou a parte mais produtiva da sua vida. Referência como historiador de arte e nos estudos olissipográficos, deixou também obra na ficção e na crítica de cinema.

A família de José-Augusto França mudou-se de Tomar para Lisboa quando este tinha cinco meses. Começa a sua extensa colaboração na imprensa aos 18 anos, ao escrever crítica de cinema para O Diabo. Em 1945, na sequência da morte do pai, que tinha negócios em Angola, passa um ano em África, mas não se adaptou e regressou a Lisboa, onde publicou um dos primeiros romances críticos do colonialismo, Natureza Morta. É nesta fase que se integra no movimento artístico e intelectual, aquando da criação do Grupo Surrealista de Lisboa, onde se dá com Mário Cesariny, Alexandre O"Neill ou Vespeira, tendo inclusive feito uma incursão na pintura e exposto no primeiro Salão Surrealista, em 1949.

Foi editor do Grande Dicionário de Língua Portuguesa e entre 1951 e 1956 editou o conjunto de cinco publicações Unicórnio, Bicórnio, Tricórnio, Tetracórnio e Pentacórnio, que antologiava inéditos de autores contemporâneos como Almada Negreiros, António Sérgio, Jorge de Sena, Eduardo Lourenço, Vitorino Nemésio, entre outros.

Em 1959, ruma a França, que já tinha visitado em 1946, e onde conhece figuras da cultura como Roland Barthes ou André Breton. Discípulo de Pierre Francastel, é aí que se licencia em Ciências Históricas e Filosóficas, tendo mais tarde completado doutoramentos em História (sobre a reconstrução pombalina de Lisboa, 1962) e em Letras (sobre o romantismo português, 1969) na Sorbonne. Anos mais tarde, entre 1980 e 1986 é diretor do Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian.

Com o 25 de Abril regressa a Portugal, onde cria o curso de História de Arte na Universidade Nova de Lisboa, mas, casado com uma historiadora de arte francesa, acaba por dividir-se entre Portugal e França.

Entre os cerca de cem livros que publicou escolheu 16 em 2017 para serem reeditados pela Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM). Entre estes destacam-se Lisboa Pombalina e o Iluminismo, A Arte em Portugal no Século XIX, A Arte em Portugal no Século XX, História da Arte Ocidental, 1750-2000 e Lisboa, História Física e Moral. Mas também são uma referência as suas monografias sobre Almada Negreiros e Amadeo de Souza-Cardoso.

Para breve, segundo a Lusa, a INCM prevê a publicação de Estudos das Zonas ou Unidades Urbanas de Carácter Histórico-Artístico em Lisboa, levantamento efetuado por José-Augusto França sobre o património da cidade, em 1967, e que inclui a proposta de Salvaguarda do Património Artístico Arquitectónico e Histórico dos Bairros Tradicionais da Cidade de Lisboa, com plantas, desenhos, um levantamento fotográfico de 292 imagens, realizado em 1968, e o texto do historiador.

Entre outras distinções, José-Augusto França foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique (1991) e a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique (2006). "Numa época em que a arte portuguesa tem vindo a alcançar o reconhecimento internacional há muito devido, é justo lembrar o muito que devemos a quem incansavelmente produziu um discurso crítico e histórico sobre as artes em Portugal. E ninguém o faz com mais intensidade, sabedoria e distinção do que José-Augusto França", reagiu o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em nota de pesar.

Fonte DN.pt

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04
Mai21

AINDA JULIÃO SARMENTO

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"No brilho da pele" apresenta uma seleção de obras de Julião Sarmento (Lisboa, 1948) que ilustram diferentes aproximações a temas centrais na prática do artista, como o desejo, o voyeurismo e a violência. Com um percurso multifacetado e profundamente coerente, Julião Sarmento é um dos artistas portugueses com maior projeção internacional, tendo sido alvo de duas grandes retrospetivas no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, em 1992 e 2012, entre inúmeras mostras por todo o mundo.

 

04
Mai21

MORREU JULIÃO SARMENTO

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JuliãoSarmento.jpgEra o mais internacional dos artistas portugueses, autor de uma obra extensa e notável que se desdobrou pela pintura, o desenho, os múltiplos, a escultura, o site specific, a fotografia, o filme, o vídeo e a performance. Julião Sarmento fazia parte daquele grupo de artistas raríssimo para quem apenas o nome próprio chegava para o identificar. Morreu esta terça-feiraaos 72 anos, confirmou o PÚBLICO junto da sua galerista, Cristina Guerra. Estava doente de cancro há alguns meses.

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23
Fev21

ZECA AFONSO

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José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (Aveiro, 2 de agosto de 1929 — Setúbal, 23 de fevereiro de 1987)

 

A Morte Saiu À Rua

A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai

O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu

Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou

Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação

 

05
Jan21

João Cutileiro - Luto Nacional

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Morreu o escultor João Cutileiro. O escultor tinha 83 anos.

João Cutileiro é autor de várias obras polémicas, entre elas o Monumento ao 25 de Abril, no Parque Eduardo VII, em Lisboa, e uma escultura de D. Sebastião, em Lagos, com que desafiou o Estado Novo, em 1970. 

 

Em declarações à Lusa, a diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, João Cutileiro estava internado num hospital de Lisboa com graves problemas do foro respiratório.

O escultor era irmão do diplomata e escritor José Cutileiro, que morreu em maio de 2020.

Cutileiro viveu e trabalhou em Évora desde 1985. Frequentou os ateliês de António Pedro, Jorge Barradas e António Duarte de 1946 a 1950, tendo feito a sua primeira exposição individual (“Tentativas Plásticas”) em 1951, com 14 anos, em Reguengos de Monsaraz, onde apresentou esculturas, pinturas, aguarelas e cerâmicas.

João Cutileiro foi condecorado com a Ordem de Sant’Iago da Espada, Grau de Oficial, em agosto de 1983, e recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Évora e pela Universidade Nova de Lisboa, este último, concedido em 2017.

 

Em 2018, Cutileiro recebeu a medalha de mérito cultural, atribuída pelo Governo, numa cerimónia no Museu de Évora que serviu igualmente para formalizar a doação do espólio do escultor ao Estado português.

 

 

 

04
Jan21

Por morrer uma Andorinha - Dia de Luto Nacional

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Dia 1 de janeiro de 2021 foi um dia triste para todos nós. Carlos do Carmo, nome maior do nosso fado, voz incontornável da música portuguesa, deixou-nos a todos saudosos. Foi quem, entre outras muitas coisas, se empenhou para a elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade, da Unesco. Por todos estes anos de carreira que acompanhou todos os momentos da nossa vida, um grande bem haja.