CENTENÁRIO DE JOSÉ SARAMAGO
Realizaram-se leituras da obra de José Saramago , no passado dia 16 de Novembro, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do nosso Nobel da Literatura 1998.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
Realizaram-se leituras da obra de José Saramago , no passado dia 16 de Novembro, no âmbito das comemorações do centenário do nascimento do nosso Nobel da Literatura 1998.
“Gostava de falar português porque tenho muitos amigos portugueses”. Esta é a principal motivação que leva Maeva, 15anos, a querer aprender a língua portuguesa. Veio da Irlanda e partilha com os seus dois irmãos a primeira fila de mesas da sala de aula da Português Língua Estrangeira em Sanem. Dedicam duas horas todas as manhãs de sábado, a aprender português. E nem o ter que acordar cedo, porque a aula começa às 8h, os demove. Duas filas atrás, a italiana Soraya, que vive no Luxemburgo desde os três anos, partilha a motivação: “Quero aprender porque na minha escola quase todos os amigos falam português e quero compreender o que dizem”.
“Eles têm contacto com os colegas na escola e penso que esta será uma das maiores motivações que os levam a aprender o português para poder integrar-se no recreio e participar nas brincadeiras”, sublinha a professora Sónia Candeias Wozniak. E o interesse não para de crescer. Para o ano já conta com o dobro das inscrições de luxemburgueses e alunos de outras nacionalidades que querem aprender a falar português, só nesta aula. “A cada ano que passa, vamos tendo cada vez mais alunos luxemburgueses”, acrescenta. Estão a estudar no nível A1 mas “já sabem ler e construir frases”, explica a professora.
“É uma língua muito interessante” diz Soraya de 10 anos. Questionada sobre o que considera mais difícil na aprendizagem do português, responde: “Para mim é falar, porque tenho algumas dificuldades, porque aprendo muitos línguas e queria compreendê-las”.
Em frente ao quadro, a professora Sónia Candeias Wozniak fala entusiasmada dos seus alunos. Veio para o Luxemburgo há 14 anos para ficar um ano letivo, porque tinha o sonho de ensinar. O objetivo era ganhar tempo de serviço, enquanto aguardava a oportunidade de concorrer em Portugal. Agora já tem cá os seus filhos e casou com um luxemburguês.
“O mais complicado para compreenderem são os verbos, mas este é um grupo muito aplicado e tem tido muitos progressos”, sublinha. No final há um prémio que todos querem receber. Uma viagem de cinco dias a Lisboa, “com a professora e sem os pais”. “No 6° ano vão ter que conseguir estar em Lisboa, sem pedir ajuda à professora. Têm que se desenvencilhar”. Para preparar esse grande momento, na sala de aula “dramatizam situações, como se estivessem em Lisboa, a pedir comida num restaurante, por exemplo.” Para financiar a viagem, organizam vários espetáculos ao longo do ano, angariando todo o lucro conseguido. Este tipo de projeto está, porém, suspenso, devido à pandemia.
Mas há um outro projeto de que a professora Sónia fala com orgulho, dirigido aos mais pequeninos que frequentam a educação pré-escolar. E há muito para fazer. “O problema é que muitos dos meninos chegam e não falam luxemburguês e é muito complicado para as professoras luxemburguesas trabalhar com eles, porque também não sabem português”, explica. Os professores de português fazem a ponte entre as duas línguas. “A nossa presença permite às crianças adquirir mais vocabulário na língua materna para que tenham competências linguísticas mais abrangentes. Trabalhamos histórias infantis e depois a professora luxemburguesa conta-as em luxemburguês e ajudamos a fazer essa passagem”, sublinha.
Para já, este projeto, desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação do Luxemburgo, está em 11 escolas. Mas o objetivo é levá-lo a mais salas do pré-escolar.
“O professor de português, em parceria com o professor de luxemburguês, faz a transição entre as duas línguas e assim as crianças sentem que a sua língua é valorizada, sentem-se mais confiantes e conseguem mais rapidamente fazer a ponte entre as duas línguas”, explica Mónica Cabral, adjunta de Coordenação de Ensino de Português no Luxemburgo.
Mas as dificuldades crescem quando as crianças portuguesas chegam ao Luxemburgo mais tarde e se deparam com uma escola onde só se falam línguas que desconhecem. É o caso de Martim Leandro Correia, de treze anos, que estuda português há dois anos na École Fondamentale Gellé em Bonnevoie. “Tinha cinco anos quando cheguei e fui para uma zona onde havia muitos alemães, não conseguia comunicar e deixei de ter vontade de ir à escola porque estava sempre sozinho”, recorda. Mas depois aprendeu alemão e tudo mudou. Hoje é muito bom aluno a alemão e nas outras línguas. “Na escola temos que aprender francês, alemão e luxemburguês”. Gostava de ser professor de Matemática e não pensa estudar em Portugal.
Já o sonho da Inês Duarte Lourenço, 13 anos, é estudar na Universidade de Coimbra, “desde pequenina”. Começou a aprender português aos sete anos, diz “que é uma língua muito bonita e que falo todos os dias e a toda a hora”. Nasceu no Luxemburgo, mas sempre gostou muito de ir a Portugal, onde vai todos os anos, sem exceção.
Na sala de aula da École Fondamentale de Gellé há muitos outros alunos com ligação às suas raízes. Apesar da sua família vir da Serra da Estrela, Beatriz Martins dos Santos dança no rancho do Cancioneiro do Alto Minho. Começou a dançar com quatro anos e já pisou palcos em Portugal, Paris, Luxemburgo e muitos outros sítios. Com 12 anos, nasceu no Luxemburgo, mas todos os anos vai a Portugal nas férias. Já Dinis Santos não hesita em dizer que não gosta de aprender, “porque é difícil”. Está a aprender português há cinco anos “porque os meus tios querem que aprenda”.
O papel da família pode ser fundamental em motivar os alunos, pelo menos no início.
“A maioria vem porque os pais lhes dizem para vir, mas há outros alunos que escolhem estudar português por vontade própria e gostam”, afirma a professora Maria da Glória Cardoso que veio para o Luxemburgo em 2002. E deve começar-se de pequenino. “Recomendo aos pais que os inscrevam o mais cedo possível, logo no 1° ano”. Para além de aprender português, também evoluem na escola luxemburguesa. “Ainda este ano uma mãe veio dizer-me que o filho evoluiu muito na aprendizagem, desde que começou a aprender português.”
Maria da Glória Cardoso está há vinte anos no Luxemburgo. “Vim para ver o que era o ensino de português no estrangeiro, mas nunca pensei ficar tanto tempo. Depois penso que vou ficar mais um ano para acompanhar os meus alunos até ao fim, mas depois chegam outros e outros e vou-me afeiçoando e ficando.”
O seu mais recente projeto é um telejornal feito pelos alunos que está a desenvolver com outros dois professores. Por sugestão de um dos alunos foi batizado de Lucilineburgo, uma adaptação para português da antiga designação do Luxemburgo. “Estivemos a gravar as notícias feitas pelos alunos com uma câmara, depois vamos fazer uma montagem para apresentar um telejornal.”
A sua principal luta é convencer cada vez mais pais a inscreverem os seus filhos no ensino do português. A procura dos lusodescendentes diminui muito: “Em 2006 havia cerca de 150 alunos e duas professoras nesta escolae neste momento tenho pouco mais de 70 alunos”. A École Fondamentale Gellée, onde leciona a crianças portuguesas e lusodescendente nos níveis A1 e A2, fica no centro de Bonnevoie e está a ser afetada pela crise da habitação. “Temos um problema grande aqui na cidade, a habitação está caríssima e no ano passado tivemos imensos alunos a mudar de casa”, sublinha. Mas fica impressionada quando ouve os pais dizer “que os filhos não querem vir porque ficam muito cansados. Quem decide são as crianças e não devia ser assim”, adianta. “Aconselho todos os pais a inscrever os filhos no português, não são três horas por semana que vão interferir muito na sua vida”. Depois a “aprendizagem do português ajuda a aprender outras línguas”. A docente “preocupa-se com a comunidade portuguesa, porque tentamos falar com os pais e estão muito desmotivados de Portugal e da língua portuguesa. Era importante sensibilizar a comunidade portuguesa para a necessidade dos filhos aprenderam português. ”
Fonte: CONTACTO
No dia 18, a Faculdade de Letras de Lisboa fará destes dois criadores cruciais do teatro português - Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra - doutores honoris causa. Viagem a um início comum, pela vozes de quem assistiu e participou na revolução que operaram nos palcos do país.
Ler o artigo AQUI
Fernando Pessoa é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa. Este ano comemora-se os 133 anos do seu nascimento.
Destacou-se na poesia, com a criação de seus heterônimos sendo considerado uma figura multifacetada. Trabalhou como crítico literário, crítico político, editor, jornalista, publicitário, empresário e astrólogo.
Nessa última tarefa, vale destacar que Fernando Pessoa explorou o campo da astrologia, sendo um exímio astrólogo e apreciador do ocultismo.
A minha língua é a tua língua - E de novo a celebrar a nossa língua, desta vez com a biblioteca de Abrantes.
Cristina Paiva, Andante - Associação Aertística, 2021
Este 5 de maio é o Dia Mundial da Língua Portuguesa. A celebração global de 2020 marcou uma nova etapa: foi a primeira que aconteceu um ano após ser instituída pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco.
O idioma de vários sotaques e variantes é oficial numa área de mais de 285 milhões de falantes espalhados pelo mundo.
Para comemorar o Dia Mundial da Língua Portuguesa, o Consulado-Geral de Portugal em Bordéus convidou um conjunto de personalidades e alunos da sua área consular para uma iniciativa de promoção da língua portuguesa, com a leitura colectiva de vários poemas e textos que se prolongará de 24 de Abril a 5 de Maio.
Os estudantes da Université de Pau et des Pays de l'Adour aderiram a esta iniciativa e convidaram os estudantes da Universidade da Beira Interior, na Covilhã, a juntar-se a eles para um resultado ainda melhor.
Instituto Camões, VER
Djidiu - a herança do ouvido é uma obra que nos chama, de imediato, a atenção pelo instigante título. Djidiu, como explicado em nota no livro, “é um contador de histórias, um recipiente e um difusor da memória coletiva. Intérpretes e clarividentes, os Djidius, são porta-vozes dos sem voz, autênticas bibliotecas ambulantes”. Guardadores de memórias ancestrais, os Djidius são também conhecidos como Djelis ou Griots.
Djidiu é uma coletânea de poemas na qual os autores dos textos versejam sobre a experiência negra em Portugal. A obra é resultado de uma iniciativa da Afrolis que, entre março de 2016 a março de 2017, mobilizou pessoas negras a participarem “ativamente na produção e divulgação de textos da sua própria autoria ou de autores que considerassem relevantes”. Djidiu é, portanto, um livro atravessado por “recordações e movimentos” de poetas e escritores(as) negros(as) que ecoam as suas vozes num território português, marcado por profundas desigualdades raciais, onde não se pode mais fugir de um debate sério sobre o racismo, consequência das ações dos movimentos negros cada vez mais atuantes no país.
Junta o rio e seu advérbio: nasce um país, com homens, vinho, um pão difícil.
Tenta pronunciar a palavra como se de uma planície se tratasse; depois a terra interminável, a água na sua escassez. E também o sol e o amarelo da terra, entre um arco-íris de ocres e castanhos, dispostos com rigor na tela do Verão.
No alto de um pequeno monte, no centro da palavra, descobrirás então outra cor. A forma será a de uma casa coberta de cal. Pronuncia a cor como se a visses pela primeira vez e como se, ao pronunciá-la, o mundo recomeçasse.
JOÃO PEDRO MÉSSEDER
Ordem Alfabética
Quasi Edições
voz - Cristina Paiva
música – Dinis Costa
sonoplastia - Fernando Ladeira
Participação em leitura colectiva: 5 bibliotecários do Alentejo:
Isabel Martins, José Eduardo Biscainho, Maria Paula Santos, Eduarda Marques, Nuno Bentes
Realizado para:
“Nossa Língua - Nosso Chão”
projecto da Direção-Regional de Cultura do Alentejo
em parceria com a Chão Nosso, Crl e Andante Associação Artística
A Andante é uma companhia de teatro que se dedica exclusivamente à promoção da leitura. Desenvolvemos este trabalho há mais 20 anos nas bibliotecas públicas e escolares, nas creches e escolas, nas prisões e feiras do livro, nos encontros literários e de forma continuada com as comunidades.
Embora constituídos por vários elementos ( como Joaquim Coelho - músico, João Braz - actor, entre outros), o "núcleo duro" da Andante são a Cristina Paiva, actriz (na foto) e o Fernando Ladeira, sonoplasta.
Podem encontrar o seu trabalho aqui
José de Sousa Saramago - (Azinhaga, Golegã, 16 de novembro de 1922 — Tías, Lanzarote, 18 de junho de 2010) foi um escritor português. Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de Agosto de 1985 foi agraciado com o grau de Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico e a 3 de Dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem, uma honra geralmente reservada apenas a Chefes de Estado.
Ver AQUI
Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela (Benguela, 29 de outubro de 1941), é um escritor angolano.
A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para a libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.
A biblioteca que pertenceu a Fernando Pessoa (1888-1935) – os livros que comprou, recebeu de amigos, ganhou, herdou, editou, leu e profusamente anotou – constitui o maior valor da Casa Fernando Pessoa. A Biblioteca Particular de Pessoa – cerca de 1300 títulos no total, mais de metade em língua inglesa – é o nosso espólio mais valioso e que está na origem da fundação da Casa Fernando Pessoa em 1993.
A Casa Fernando Pessoa é assim originalmente um espaço de e para a leitura: um espaço que nasceu do interior dos livros. Colocam-se questões como: que livros leu Pessoa? Que autores escolheu? Como se podem ver esses traços naquilo que escreveu?
Uma biblioteca desta importância é patrimônio da humanidade. Trata-se de uma biblioteca aberta ao infinito da interpretação – bela, surpreendente e instigante, como tudo o que Fernando Pessoa criou. Usufruam-na.
Ao longo dos últimos anos só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia uma consulta à Biblioteca pessoal do poeta. Agora, todo esse acervo, constituído por 1140 volumes e pela coleção de manuscritos (ensaios e poemas) deixados pelo próprio poeta nas páginas desses livros passa a estar disponível online.
A inovação agora introduzida faz com que esta seja a primeira biblioteca portuguesa integralmente digitalizada. Deste modo, é facultado a todos os leitores, em qualquer parte do globo, o acesso ao importante legado de uma das figuras maiores da cultura portuguesa.
No âmbito deste projeto todas as páginas de cada volume foram digitalizadas e disponibilizadas para consulta página a página ou após o download de uma obra completa na Biblioteca Particular de Fernando Pessoa.
Para além da possibilidade de consulta de cada livro por autor, por ano ou por ordem alfabética, faculta-se ainda a classificação por categorias temáticas.
Para facilitar a compreensão da biblioteca como um todo, foram destacadas as páginas que incluem manuscritos do próprio Fernando Pessoa e foram adicionadas interpretações sobre as suas motivações para a aquisição de determinadas obras.
Este acesso à Biblioteca Particular de Fernando Pessoa foi possível graças a uma combinação de esforços da Casa Fernando Pessoa, de uma equipe internacional de investigadores e da Fundação Vodafone Portugal que acompanhou e apoiou a iniciativa.
"As palavras ensinam a ver o mundo com inteligência e com bondade (...) porque vêm de pessoas em tudo parecidas com o que somos.
As histórias lêem-se com a alma.
As histórias tornam as crianças perigosamente audazes e atentas!"
1 seguidor
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.