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Biblioteca Escolar ESJP

09
Dez21

MUSEU DO ALJUBE | MULHERES E RESISTÊNCIA

BE - ESJP

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 ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2021

Um livro por 3 mulheres, decidido em maio de 1971 e publicado um ano depois, com a primeira edição recolhida e destruída pela Censura três dias após o seu lançamento.  

Nos 50 anos da escrita das Novas Cartas Portuguesas que dera origem ao processo das Três Marias revisitamos a atualidade da luta das mulheres pelos seus direitos. 

A partir da obra singular de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa tentamos compreender o papel da repressão, o valor da solidariedade e a importância da vitória deste processo literário e político. 

A exposição temporária Mulheres e Resistência – Novas Cartas Portuguesas e outras lutas pretende relevar o contributo de tantas mulheres que, com origens e percursos diferentes, inventaram e concretizaram batalhas pelos seus direitos, pela justiça social e pela liberdade, desde os anos 30 até ao 25 de Abril. Todos estes processos destacam o papel insubstituível das mulheres ao longo dos 48 anos de resistência ao fascismo e a sua importância na conquista da liberdade no nosso país. 

A partir de 6 de maio e até dezembro de 2021, com esta exposição, exploramos uma vasta programação paralela que pretende ligar múltiplas perspetivas sobre a luta pela igualdade e pela liberdade, o tanto que já foi feito e o muito que continua por fazer. Sessões de conversa, cinedebates, teatro, música, itinerários, visitas e muito mais. 

Ver mais AQUI

 

08
Mar21

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

BE - ESJP

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O Dia Internacional da Mulher, proclamado pela Organização das Nações Unidas em 1975, é hoje um marco comemorativo das conquistas sociais, políticas e económicas que as mulheres conquistaram no passado.

Apesar das desigualdades ainda existentes, há que reconhecer também que foi considerável o progresso dos direitos das mulheres nas últimas décadas, existindo hoje vários diplomas que proclamam o dever de garantir o tratamento igual perante a lei a todas as pessoas, independentemente do género, e legislação que atua no combate a todas as formas de discriminação.

Em Portugal, a consciência de não discriminação em função do género tem nos últimos anos somado conquistas expressivas orientadas pelos princípios constitucionais da igualdade e da não discriminação e da sua promoção como uma das tarefas fundamentais do Estado.

A título de exemplo, em 2018, a lei passou a prever medidas de promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual e de igual valor, através de políticas remuneratórias transparentes assentes em critérios objetivos (como mérito, produtividade, assiduidade ou antiguidade), que são, por definição, comuns a homens e mulheres.

Em 2019, as alterações ao Código do Trabalho trouxeram novidades em matéria de proteção na parentalidade e constituíram um passo importante no sentido de melhorar as possibilidades de conciliação entre a vida profissional e a vida familiar e, indiretamente, de promover a igualdade de género.

A verdade é que, apesar de todos os progressos conseguidos no plano do direito, nenhum país no mundo atingiu a igualdade plena de género, continuando a existir muitas áreas onde ainda é necessário intervir.

Desde logo, as mulheres ainda recebem, em média, menos do que os homens e têm mais dificuldades em conseguir encontrar o equilíbrio entre a vida familiar e profissional.  A representação política é a evidência mais clara da discriminação com as mulheres a ocuparem, apenas, cerca de um quarto das cadeiras nos parlamentos de todo o mundo. A violência exercida contra as mulheres escala a um ritmo preocupante, multiplicando-se nos meios de comunicação social notícias que dão conta de um aumento do número de casos de violência doméstica no atual contexto pandémico. As mulheres continuam, ainda, a representar o maior número de responsáveis pelo trabalho não pago e pelo trabalho doméstico.

Portanto, apesar dos progressos conquistados no plano do direito e da generalizada consciência sobre a igualdade de género, isso não nos deve consentir um estado de conformação com uma realidade que continua, ainda, a penalizar as mulheres.

É necessário dar tradução prática aos direitos conquistados e defendê-los no espaço público. É fundamental concretizar o espírito da lei na realidade social porque, enquanto esta concretização não acontecer, as alterações e reformas legais terão um efeito limitado.

Num mundo ideal não seria necessário celebrar o Dia da Mulher, mas a verdade é que ainda estamos muito longe do mundo ideal. Enquanto não for reconhecida a homens e mulheres a mesma igualdade de tratamento e de oportunidades e se ultrapassarem os preconceitos que decorrem de papéis estereotipados, este dia será necessário.

 

no "Público", 8 março de 2021