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Biblioteca Escolar ESJP

20
Out21

LIVRO DO MÊS DA B.E.

BE - ESJP

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Em 1867, ao prefaciar uma das suas primeiras recolhas de literatura popular, Teófilo Braga, sugerindo uma imagem catastrófica da situação do país, referiu-se desta forma ao seu trabalho: "coligir a poesia popular portuguesa agora, no momento de transe, é como a garrafa ao mar que se atirava nos naufrágios: é para que se saiba que existiu este povo, que também sofreu e cantou". Tal sentimento nacionalista jamais viria a abandonar a sua obra antropológica, o que aliás se explica dada a matriz romântica em que ela assentava. E mesmo quando Teófilo Braga se orientou gradualmente para preocupações de cunho mais científico, isso não significou uma verdadeira ruptura com a perspectiva inicial. São pois os ecos da problemática da identidade nacional, na sua dupla vertente romântica e científica, que podemos reencontrar nestes Contos Tradicionais do Povo Português que, de resto, e independentemente do espírito com que foi concebida e realizada a sua colectânea, propõem ao leitor um conjunto de narrativas cujo fascínio permanece intacto, constituindo além disso um valiosíssimo acervo de informações em áreas que, como a Antropologia e a História das Mentalidades, se dão como objectivo a tarefa de reflectir sobre as múltiplas manifestações das sociedades tradicionais. Após termos procedido à publicação de O Povo Português nos Seus Costumes, Crenças e Tradições, também da autoria de Teófilo Braga, que tem sido considerada a primeira grande obra de conjunto da etnografia nacional, impunha-se esta reedição dos Contos Tradicionais do Povo Português, que decerto formam, juntamente com a recolha de Adolfo Coelho disponível nesta colecção, uma das mais importantes colectâneas de narrativas populares do nosso país. Também na presente reedição se manteve a divisão da obra em dois volumes, tal como sucedia na sua edição original.

 

 

23
Set21

NARCISO | O MITO

BE - ESJP

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Narciso era um jovem de incrível beleza. Porém, por muitas que fossem as mulheres a se apaixonarem por ele, ele rapidamente se dizia incapaz de amar qualquer uma delas. Até que um dia, farta de todas essas rejeições contínuas, uma dada jovem - ou seria ela uma ninfa? - lhe desejou que este se viesse a apaixonar por si mesmo. E, por intervenção divina, assim aconteceu - um dado dia, enquanto bebia água de um pequeno ribeiro, o herói olhou para si mesmo, estacou por um breve momento, e... apaixonou-se. Não por outra mulher, ou por um mero homem, ou mesmo por uma deusa do Olimpo, mas só por si mesmo. Completamente apaixonado, este jovem foi então incapaz de afastar o olhar por um só segundo que fosse, deixou-se ficar nesse local por horas, dias, semanas... até falecer de fome e de cansaço, mas num "júbilo" constante de se amar a si próprio. 

Fonte: https://www.mitologia.pt/o-mito-de-narciso-275653

 

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