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Biblioteca Escolar ESJP

20
Out21

GEOMETRIA EUCLIDIANA

BE - ESJP

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Na matemática, Geometria euclidiana é a geometria sobre planos ou objetos em três dimensões baseados nos postulados de Euclides de Alexandria. O texto de Os Elementos foi a primeira discussão sistemática sobre a geometria e o primeiro texto a falar sobre teoria dos números. Foi também um dos livros mais influentes na história, tanto pelo seu método quanto pelo seu conteúdo matemático. O método consiste em assumir um pequeno conjunto de axiomas intuitivos, e então provar várias outras proposições (teoremas) a partir desses axiomas. Muitos dos resultados de Euclides já haviam sido afirmados por matemáticos gregos anteriores, porém ele foi o primeiro a demonstrar como essas proposições poderiam ser reunidas juntas num abrangente sistema dedutivo.

Em matemática, linhas retas ou planos que permanecem sempre a uma distância fixa uns dos outros independentemente do seu comprimento. Este é um princípio da geometria euclidiana. Algumas geometrias não euclidianas, como a geometria elíptica e hiperbólica, no entanto, rejeitam o axioma do paralelismo de Euclides.

 

O espaço euclidiano foi introduzido pelos gregos antigos como uma abstração de nosso espaço físico. Sua grande inovação, aparecendo em de Euclides Elements era construir e provar toda a geometria partindo de algumas propriedades muito básicas, que são abstraídas do mundo físico, e não pode ser matematicamente provado por causa da falta de ferramentas mais básicas. Essas propriedades são chamadas de postulados ou axiomas na linguagem moderna. Esta forma de definir o espaço euclidiano ainda está em uso com o nome de geometria sintética .

Em 1637, René Descartes introduziu as coordenadas cartesianas e mostrou que isso permite reduzir os problemas geométricos a cálculos algébricos com números. Essa redução da geometria à álgebra foi uma grande mudança de ponto de vista, pois, até então, os números reais - isto é, números racionais e números não racionais juntos - eram definidos em termos de geometria, como comprimentos e distâncias.

A geometria euclidiana não era aplicada em espaços com mais de três dimensões até o século XIX. Ludwig Schläfli generalizou a geometria euclidiana para espaços de n dimensões usando métodos sintéticos e algébricos, e descobriu todos os politopos regulares (análogos de dimensão superior dos sólidos platônicos ) que existem em espaços euclidianos de qualquer número de dimensões. 

Apesar do amplo uso da abordagem de Descartes, que foi chamada de geometria analítica , a definição do espaço euclidiano permaneceu inalterada até o final do século XIX. A introdução de espaços vetoriais abstratos permitiu seu uso na definição de espaços euclidianos com uma definição puramente algébrica. Esta nova definição mostrou ser equivalente à definição clássica em termos de axiomas geométricos. É esta definição algébrica que agora é mais freqüentemente usada para introduzir espaços euclidianos.

 

Ler AQUI

 

18
Mar21

GUIA PARA UMA INTERNET SEGURA

BE - ESJP

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A utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) tem transformado profundamente a forma como as pessoas vivem: como aprendem, trabalham, ocupam os tempos livres e interagem, tanto nas relações pessoais como com as organizações.

A par de todas as possibilidades e benefícios da sua utilização, nomeadamente ao nível do acesso ao conhecimento, da colaboração entre pessoas e organizações, da inclusão social e da criação de riqueza, torna-se necessário assegurar, como para qualquer outro meio de interação, mecanismos e estratégias apropriados para minimização de eventuais abusos ou ilegalidades que ocorram com a utilização destas tecnologias.

Guia para uma internet segura - LER

https://www.internetsegura.pt/

 

 

16
Mar21

VINTE POEMAS DE AMOR I - PABLO NERUDA

BE - ESJP

CORPO DE MULHER

Corpo de mulher, brancas colinas, coxas brancas,
assemelhas-te ao mundo no teu jeito de entrega.
O meu corpo de lavrador selvagem escava em ti
e faz saltar o filho do mais fundo da terra.

Fui só como um túnel. De mim fugiam os pássaros,
e em mim a noite forçava a sua invasão poderosa.
Para sobreviver forjei-te como uma arma,
como uma flecha no meu arco, como uma pedra na minha funda.

Mas desce a hora da vingança, e eu amo-te.
Corpo de pele, de musgo, de leite ávido e firme.
Ah os copos do peito! Ah os olhos de ausência!
Ah as rosas do púbis! Ah a tua voz lenta e triste!

Corpo de mulher minha, persistirei na tua graça.
Minha sede, minha ânsia sem limite, meu caminho indeciso!
Escuros regos onde a sede eterna continua,
e a fadiga continua, e a dor infinita.

 


NA SUA CHAMA MORTAL

Na sua chama mortal te envolve a luz.
Absorta, pálida dolente, assim postada
contra as velhas hélices do crepúsculo
que em torno de ti dá voltas.

Muda, minha amiga,
sozinha na solidão desta hora de mortes
e cheia das vidas do fogo,
herdeira pura do dia destruído.

Do sol desabam uvas no teu vestido escuro.
Da noite as grandes raízes
crescem de súbito da tua alma,
e ao exterior regressam as coisas em ti ocultas,
de modo que um povo pálido e azul
de ti recém-nascido se alimenta.

Ó grandiosa e fecunda e magnética escrava
do círculo que em negro e doirado acontece:
erguida, tenta e alcança uma criação tão viva
que morrem suas flores, e cheia é de tristeza.

 


AH VASTIDÃO DE PINHEIROS

Ah vastidão de pinheiros, rumor de ondas quebrando,
lento jogos de luzes, sino tão solitário,
crepúsculo caindo nos teus olhos, boneca,
búzio terrestre, em ti a terra canta!

Em ti os rios cantam e a alma foge-me neles
como tu desejares e para onde tu quiseres.
Marca-me o caminho no teu arco de esperança
e soltarei em delírio a minha revoada de flechas.

Em torno de mim já vejo a tua cintura de névoa
e o teu silêncio acossa as minhas horas perseguidas,
e és tu com os teus braços de pedra transparente
onde ancoram meus beijos e a húmida ânsia faz ninho.

Ah a tua voz misteriosa que o amor escurece e dobra
no entardecer ressoante e morrendo!
Assim em horas profundas sobre os campos eu vi
dobrarem-se as espigas na boca do vento.

 


É A MANHÃ CHEIA

É a manhã cheia de tempestade
no coração do verão.

Como lenços brancos de adeus viajam as nuvens
que o vento sacode com viageiras mãos.

Inumerável coração do vento
pulsando sobre o nosso silêncio apaixonado.

Zumbindo entre as árvores, orquestral e divino,
como uma língua cheia de guerras e de cantos.

Vento que leva em rápido roubo a ramaria
e desvia as flechas latentes dos pássaros.

Vento que a derruba em onda sem espuma
e substância sem peso, e fogos inclinados.

Despedaça-se e submerge o seu volume de beijos
combatido na porta do vento do verão.

 


PARA QUE TU ME OUÇAS.

Para que tu me ouças
as minhas palavras
adelgaçam-se por vezes
como o rasto das gaivotas sobre as praias.

Colar, guizo ébrio
para as tuas mãos suaves como as uvas.

E vejo-as tão longe, as minhas palavras.
Mais que minhas são tuas.
Vão trepando pela minha velha dor como a hera.

Elas trepam assim pelas paredes húmidas.
Tu é que és a culpada deste jogo sangrento.
Elas vão a fugir do meu escuro refugio.
Tu enches tudo, amada, enches tudo.

Antes de ti povoaram a solidão que ocupas,
e estão habituadas mais que tu à minha tristeza.

Agora quero que digam o que eu quero dizer-te
para que tu me ouças como quero que me ouças.

O vento da angústia ainda costuma arrastá-las.
Furacões de sonhos ainda por vezes as derrubam.
Tu escutas outras vozes na minha voz dorida.
Pranto de velhas bocas, sangue de velhas suplicas.

Ama-me, companheira. Não me abandones. Segue-me.
Segue-me, companheira, nessa onda de angústia.

Mas vão-se tingindo com o teu amor as minhas palavras.
Ocupas tudo, amada, ocupas tudo.

Vou fazendo de todas um colar infinito
para as tuas brancas mãos, suaves como as uvas.

 

in Estúdio Raposa

 

 

16
Mar21

VINTE POEMAS DE AMOR II - PABLO NERUDA

BE - ESJP

RECORDO-TE COMO ERAS...

Recordo-te como eras no outono passado.
Eras a boina cinzenta e o coração em calma.
Nos teus olhos lutavam as chamas do crepúsculo.
E as folhas caíam na água da tua alma.
Fincada nos meus braços como uma trepadeira,
as folhas recolhiam a tua voz lenta e em calma.
Fogueira de estupor onde a minha sede ardia.
Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
Sinto viajar os teus olhos e é distante o outono:
boina cinzenta, voz de pássaro e coração de casa para
onde emigravam os meus profundos desejos
e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes:
a lembrança é de luz, de fumo, de lago em calma!
Para lá dos teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.

 


INCLINADO NAS TARDES...

Inclinado nas tardes lanço as minhas tristes redes
aos teus olhos oceânicos.
Ali se estira e arde na mais alta fogueira a minha solidão que esbraceja como um náufrago.
Faço rubros sinais sobre os teus olhos ausentes
que ondeiam como o mar à beira dum farol.
Somente guardas trevas, fêmea distante e minha,
do teu olhar emerge às vezes o litoral do espanto.
Inclinado nas tardes deito as minhas tristes redes
a esse mar que sacode os teus olhos oceânicos.
Os pássaros nocturnos debicam as primeiras estrelas
que cintilam como a minha alma quando te amo.
Galopa a noite na sua égua sombria
derramando espigas azuis por sobre o campo.

 


ABELHA BRANCA ZUMBES...

Abelha branca zumbes, ébria de mel, na minha
alma e enrolas-te em lentas espirais de fumo.
Eu sou o desesperado, a palavra sem ecos, aquele que perdeu tudo, e teve um dia tudo.
Última amarra, range em ti a minha ansiedade última. Na minha terra deserta és a última rosa.
Ah silenciosa!
Fecha os teus olhos profundos. Ali esvoaça a noite.
Ah desnuda o teu corpo de estátua temerosa.
Tens uns olhos profundos onde a noite adeja. Frescos braços de flor e regaço de rosa.
Parecem-se os teus seios com os caracóis brancos.
Veio dormir no teu ventre uma borboleta de sombra.
Ah silenciosa!
É esta a solidão de que tu estás ausente. Chove. O vento do mar caça errantes gaivotas.
A água anda descalça pelas ruas molhadas. Daquela árvore se queixam, como doentes, as folhas.
Abelha branca, ausente, ainda zumbes na minha alma.
Tu revives no tempo, fina e silenciosa.
Ah silenciosa!

 


ÉBRIO DE TEREBINTINA...

Ébrio de terebintina e longos beijos,
estival, o veleiro das rosas eu dirijo,
dobrado para a morte do finíssimo dia,
cimentado no sólido frenesi marinho.
Pálido e amarrado à minha água devorante
passo no azedo cheiro do clima descoberto,
vestido ainda de cinzento e sons amargos,
e uma cimeira triste de abandonada espuma.
Vou, duro de paixões, montado na minha onda única,
lunar, solar, ardente e frio, repentino,
adormecido na garganta das afortunadas
ilhas brancas e doces como nádegas frescas.
Treme na húmida noite o meu vestido de beijos
loucamente carregado de eléctricas gestões,
de modo heróico dividido em sonhos
e embriagadoras rosas exercitando-se em mim.
Contra a corrente, no meio das ondas externas,
o teu paralelo corpo aperta-se nos meus braços
como um peixe infinitamente agarrado à minha alma
rápido e lento na energia subceleste.

 


TAMBÉM ESTE CREPÚSCULO...

Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
Caiu o livro em que sempre pegamos ao
[crepúsculo e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas.

 

in Estúdio Raposa

 

 

16
Mar21

VINTE POEMAS DE AMOR III - PABLO NERUDA

BE - ESJP

QUASE FORA DO CÉU

Quase fora do céu fundeia entre dois montes
uma metade da lua.
Girante, errante noite, a cavadora de olhos.
Quantas estrelas haverá estilhaçadas no charco.
Faz uma cruz de luto entre os meus olhos, foge.
Frágua de metais azuis, noites das caladas lutas,
o meu coração dá voltas como um volante louco.
Moça vinda de tão longe, trazida de tão longe,
às vezes refulge o seu olhar debaixo do céu.
Queixume, tempestade, remoinho de fúria,
passa por sobre o meu coração sem te deteres.
Vento dos sepulcros leva, despedaça, dispersa a tua raiz sonolenta.
Arranca as grandes árvores do outro lado dela.
Porém tu, moça clara, pergunta de fumo, espiga.
Era a que ia formando o vento com folhas iluminadas.
Por trás das montanhas nocturnas, branco lírio de incêndio,
ah nada posso dizer! Era feita de todas as coisas.
Ansiedade que fendeste o meu peito à facada, são horas de seguir outro caminho, onde ela não sorria.
Tempestade que enterrou os sinos, voltear turvo de borrascas
para quê tocá-la agora, para quê entristecê-la.
Ai, seguir o caminho que se afasta de tudo,
onde não esteja emboscada a angústia, a morte, o inverno,
com os olhos abertos entre o orvalho.

 


PARA O MEU CORAÇÃO

Para o meu coração basta o teu peito,
para a tua liberdade as minhas asas.
Da minha boca chegará até ao céu
o que dormia sobre a sua alma.
És em ti a ilusão de cada dia.
Como o orvalho tu chegas às corolas.
Minas o horizonte com a tua ausência.
Eternamente em fuga como a onda.
Eu disse que no vento ias cantando
como os pinheiros e como os mastros.
Como eles tu és alta e taciturna.
E ficas logo triste, como uma viagem.
Acolhedora como um velho caminho.
Povoam-te ecos e vozes nostálgicas.
Eu acordei e às vezes emigram e fogem
pássaros que dormiam na tua alma.

 


EU FUI MARCANDO...

Eu fui marcando com cruzes de fogo
o atlas branco do teu corpo.
A boca era uma aranha que corria a esconder-se.
Em ti, atrás de ti, temerosa, sedenta.
Histórias para contar-te à beira do crepúsculo
boneca triste e meiga, para que não estivesses triste.
Um cisne, uma árvore, algo longínquo e alegre.
O tempo da vindima, o tempo maduro e frutífero.
Eu que vivi num porto que era de onde te amava.
A solidão percorrida de sonho e de silêncio.
Encurralado entre o mar e a tristeza.
Calado, delirante, entre dois gondoleiros imóveis.
Entre os lábios e a voz, algo vai já morrendo.
Algo com asas de pássaro, algo de angústia e de olvido.
Da mesma forma que as redes não retêm a água.
Boneca minha, quase nem ficam gotas tremendo.
Mesmo assim algo canta entre estas palavras fugazes.
Algo canta, algo sobe até à minha ávida boca.
Oh poder celebrar-te com todas as palavras de alegria.
Cantar, arder, fugir, como um campanário nas mãos de um louco.
Triste ternura minha, mudas-te em quê de repente?
Quando eu cheguei ao vértice mais atrevido e frio
fecha-se o meu coração como uma flor nocturna.

 


BRINCAS TODOS OS DIAS

Brincas todos os dias com a luz do universo.
Subtil visitadora, chegas na flor e na água.
És mais do que a pequena cabeça branca que aperto
como um cacho entre as mãos todos os dias.
Com ninguém te pareces desde que eu te amo.
Deixa-me estender-te entre grinaldas amarelas.
Quem escreve o teu nome com letras de fumo entre as estrelas do sul? Ah deixa-me lembrar como eras então, quando ainda não existias.
Subitamente o vento uiva e bate à minha janela fechada.
O céu é uma rede coalhada de peixes sombrios.
Aqui vêm soprar todos os ventos, todos.
Aqui despe-se a chuva.
Passam fugindo os pássaros.
O vento. O vento.
Eu só posso lutar contra a força dos homens.
O temporal amontoa folhas escuras
e solta todos os barcos que esta noite amarraram ao céu.
Tu estás aqui. Ah tu não foges.
Tu responder-me-ás até ao último grito.
Enrola-te a meu lado como se tivesses medo.
Porém mais que uma vez correu uma sombra estranha pelos teus olhos.
Agora, agora também, pequena, trazes-me madressilva,
e tens até os seios perfumados.
Enquanto o vento triste galopa matando borboletas
eu amo-te, e a minha alegria morde a tua boca de ameixa.
O que te haverá doído acostumares-te a mim,
à minha alma selvagem e só, ao meu nome que todos escorraçam.
Vimos arder tantas vezes a estrela d'alva beijando-nos os olhos
e sobre as nossas cabeças destorcerem-se os crepúsculos em leques rodopiantes.
As minhas palavras choveram sobre ti acariciando-te.
Amei desde há que tempo o teu corpo de nácar moreno.
Creio-te mesmo dona do universo.
Vou trazer-te das montanhas flores alegres, «copihues»,
avelãs escuras, e cestos silvestres de beijos.
Quero fazer contigo
o que a primavera faz com as cerejeiras.

 


GOSTO DE TI CALADA...

Gosto de ti calada porque estás como ausente
e me ouves de longe, e esta voz não te toca.
Parece que os teus olhos foram de ti voando
e parece que um beijo fechou a tua boca.
Como todas as coisas estão cheias da minha alma
tu emerges das coisas, cheia da alma minha.
Borboleta de sonho, pareces-te com a minha alma
e pareces-te com a palavra melancolia.
Gosto de ti calada e estás como distante.
E estás como queixando-te, borboleta em arrulho.
E ouves-me de longe, e esta voz não te alcança:
vais deixar que eu me cale com o silêncio teu.
Vais deixar que eu te fale também com o teu silêncio
claro como uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual à noite, calada e constelada.
O teu silêncio é de estrela, tão longínquo e tão simples.
Gosto de ti calada porque estás como ausente.
Distante e dolorosa como se houvesses morrido.
Uma palavra então, um teu sorriso bastam.
E estou alegre, alegre porque não é verdade.

 

in Estúdios Raposa

 

 

16
Mar21

ALENTEJO - ANDANTE

BE - ESJP

Junta o rio e seu advérbio: nasce um país, com homens, vinho, um pão difícil.
Tenta pronunciar a palavra como se de uma planície se tratasse; depois a terra interminável, a água na sua escassez. E também o sol e o amarelo da terra, entre um arco-íris de ocres e castanhos, dispostos com rigor na tela do Verão.
No alto de um pequeno monte, no centro da palavra, descobrirás então outra cor. A forma será a de uma casa coberta de cal. Pronuncia a cor como se a visses pela primeira vez e como se, ao pronunciá-la, o mundo recomeçasse.

JOÃO PEDRO MÉSSEDER
Ordem Alfabética
Quasi Edições

voz - Cristina Paiva

música – Dinis Costa

sonoplastia - Fernando Ladeira

Participação em leitura colectiva: 5 bibliotecários do Alentejo:
Isabel Martins, José Eduardo Biscainho, Maria Paula Santos, Eduarda Marques, Nuno Bentes

Realizado para:
“Nossa Língua - Nosso Chão”
projecto da Direção-Regional de Cultura do Alentejo
em parceria com a Chão Nosso, Crl e Andante Associação Artística

06
Jan21

Hemeroteca Digital

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A Hemeroteca Digital, sítio da Hemeroteca Municipal de Lisboa (HML), tem por objectivo a construção duma biblioteca digital de jornais e revistas caídos em domínio público. Com este projecto pretende-se criar um sítio de referência para a consulta em linha e difusão pública do universo fascinante da imprensa periódica portuguesa.

 

17
Nov20

Pepetela

BE - ESJP

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Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, conhecido pelo pseudónimo de Pepetela (Benguela, 29 de outubro de 1941), é um escritor angolano.

A sua obra reflete sobre a história contemporânea de Angola, e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a longa guerra, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para a libertação da sua terra natal. O seu romance, Mayombe, retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra. Yaka segue a vida de uma família colonial na cidade de Benguela ao longo de um século, e A Geração da Utopia mostra a desilusão existente em Angola depois da independência. A história angolana antes do colonialismo também faz parte das obras de Pepetela, e pode ser lida em A Gloriosa Família e Lueji. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, textos que contam com um estilo satírico incluem a série de romances policiais denominada Jaime Bunda. As suas obras recentes também incluem Predadores, uma crítica áspera das classes dominantes de Angola, O Quase Fim do Mundo, uma alegoria pós-apocalíptica, e O Planalto e a Estepe, que examina as ligações entre Angola e outros países ex-comunistas. Licenciado em Sociologia, Pepetela é docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.

 

29
Set20

BIBLIOTECA PARTICULAR DE FERNANDO PESSOA ONLINE

BE - ESJP

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A biblioteca que pertenceu a Fernando Pessoa (1888-1935) – os livros que comprou, recebeu de amigos, ganhou, herdou, editou, leu e profusamente anotou – constitui o maior valor da Casa Fernando Pessoa. A Biblioteca Particular de Pessoa – cerca de 1300 títulos no total, mais de metade em língua inglesa – é o nosso espólio mais valioso e que está na origem da fundação da Casa Fernando Pessoa em 1993.

A Casa Fernando Pessoa é assim originalmente um espaço de e para a leitura: um espaço que nasceu do interior dos livros. Colocam-se questões como: que livros leu Pessoa? Que autores escolheu? Como se podem ver esses traços naquilo que escreveu?

Uma biblioteca desta importância é patrimônio da humanidade. Trata-se de uma biblioteca aberta ao infinito da interpretação – bela, surpreendente e instigante, como tudo o que Fernando Pessoa criou. Usufruam-na.

Ao longo dos últimos anos só uma visita à Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, permitia uma consulta à Biblioteca pessoal do poeta. Agora, todo esse acervo, constituído por 1140 volumes e pela coleção de manuscritos (ensaios e poemas) deixados pelo próprio poeta nas páginas desses livros passa a estar disponível online.

A inovação agora introduzida faz com que esta seja a primeira biblioteca portuguesa integralmente digitalizada. Deste modo, é facultado a todos os leitores, em qualquer parte do globo, o acesso ao importante legado de uma das figuras maiores da cultura portuguesa.

No âmbito deste projeto todas as páginas de cada volume foram digitalizadas e disponibilizadas para consulta página a página ou após o download de uma obra completa na Biblioteca Particular de Fernando Pessoa.

Para além da possibilidade de consulta de cada livro por autor, por ano ou por ordem alfabética, faculta-se ainda a classificação por categorias temáticas.

Para facilitar a compreensão da biblioteca como um todo, foram destacadas as páginas que incluem manuscritos do próprio Fernando Pessoa e foram adicionadas interpretações sobre as suas motivações para a aquisição de determinadas obras.

Este acesso à Biblioteca Particular de Fernando Pessoa foi possível graças a uma combinação de esforços da Casa Fernando Pessoa, de uma equipe internacional de investigadores e da Fundação Vodafone Portugal que acompanhou e apoiou a iniciativa.