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Biblioteca Escolar ESJP

26
Set22

VERGÍLIO FERREIRA

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Vergílio Ferreira nasceu em Melo, uma pequena aldeia do concelho de Gouveia, no dia 28 de janeiro de 1916.
Frequentou o Seminário do Fundão, que retratou no romance Manhã Submersa, e que Lauro António adaptou para o cinema, convencendo Vergílio Ferreira a participar no filme, no papel de Reitor do Seminário; e a Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Filologia Clássica, e fazendo o estágio para professor no Liceu D. João III, atual Escola Secundária José Falcão.

Passou por Bragança, Évora e Faro, até ao Liceu Camões, em Lisboa, onde coincidiu com o aluno António Lobo Antunes que o descreve numa crónica (Retrato do Artista Quando Jovem) como “um professor de ruga atormentada na testa como se os rins da alma lhe doessem que atravessava o pátio do recreio torcido por incómodos metafísicos. Um colega mais instruído revelou-me que o professor se chamava Vergílio Ferreira e publicava livros”.

As cidades de Évora e Coimbra fazem parte do imaginário literário de Vergílio Ferreira, mas também a Serra da Estrela e a sua aldeia de Melo, que servem de cenário a densos e profundos textos do autor.

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Fonte: PNL - https://www.pnl2027.gov.pt/np4/home

 

 

09
Mai22

DIA DA EUROPA

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Dia 9 de maio de 1950, pelas 16h00, Robert Schuman, o então ministro dos Negócios Estrangeiros de França, apresentou, no Salon de l'Horloge do Quai d'Orsay, em Paris, uma proposta com as bases fundadoras do que é hoje a UE.

Esta proposta, conhecida como "Declaração Schuman", baseada numa ideia originalmente lançada por Jean Monnet, destacava os valores de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e social, equilíbrio ambiental e regional e incluía a criação de uma instituição europeia supranacional incumbida de gerir as matérias-primas que, nessa altura, constituíam a base do poderio militar: o carvão e o aço.

Em 2022, esta declaração comemora o seu 72.º aniversário. 

Por se considerar que esse dia foi o marco inicial da UE, os Chefes de Estado e de Governo, na Cimeira de Milão de 1985, decidiram consagrar o dia 9 de maio como "Dia da Europa".

Está patente, na Biblioteca, uma mostra de trabalhos do 7º ano alusiva à efeméride, no âmbito da Geografia

 

08
Mar22

CONCURSO NACIONAL DE LEITURA | Fase Municipal – Resultado

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Ontem, 07/03/2022, teve lugar a Fase Municipal do Concurso Nacional de Leitura, na qual nos apresentamos com os alunos vencedores da Fase Escolar, da nossa Escola.

Para grande satisfação de toda a nossa Comunidade Escolar, comunicamos que os alunos Maria Benedita Neves do 8.º I, e Rodrigo Santos, do 8.º A, irão representar a nossa escola na Fase Intermunicipal do Concurso, ao nível do Ensino Básico.

O aluno Francisco Soares, do 10.º E ,irá representar a nossa escola, na referida Fase, ao nível do Ensino Secundário.

Agradecemos a todos os alunos e demais intervenientes e parceiros que colaboraram na realização desta 2.ª fase do Concurso Nacional de Leitura.

 

10
Fev22

ALBERT CAMUS | AUTOR DO MÊS PNL

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Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, a 7 de novembro de 1913. Licenciado em Filosofia, participou na Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial e foi então um dos fundadores do jornal de esquerda Combat. Em 1957 foi consagrado com o Prémio Nobel da Literatura pelo conjunto de uma obra que o afirmou como um dos grandes pensadores do século XX. Dos seus títulos ensaísticos destacam-se O Mito de Sísifo (1942) e O Homem Revoltado (1951); na ficção, são incontornáveis O Estrangeiro (1942), A Peste (1947) e A Queda (1956). A 4 de janeiro de 1960, Camus morreu num acidente de viação perto de Sens. Na sua mala levava inacabado o manuscrito de O Primeiro Homem, texto autobiográfico que viria a ser publicado em 1994.

 

08
Fev22

LIVRO DO MÊS DA B.E. | LUÍS SEPÚLVEDA

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Foi a 4 de outubro de 1949, na localidade chilena de Ovalle, a mais de 300 km a norte da capital, Santiago, que nasceu Luis Sepúlveda. Filho de um militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante, e de uma enfermeira de origens mapuche (um povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina), Luis Sepúlveda cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.
Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em 1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde, licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.
Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de leitores.
Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica –, uma honra que definiu como «uma emoção muito especial».
Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979 alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar, que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da revolução sandinista, trabalhou como repórter.
Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14 anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988. Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano, destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros latino-americanos com os seus homólogos europeus.
Luis Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas. Em Portugal, era presença assídua na Feira do Livro de Lisboa, em sessões de autógrafos onde era bem visível o carinho do público português pelos seus romances, e esteve presente em quase todas as 21 edições do Festival Correntes d’Escritas, na Póvoa do Varzim, a última das quais entre 18 e 23 de fevereiro de 2020.
A 29 de fevereiro de 2020, Luis Sepúlveda foi diagnosticado com Covid-19, naquele que seria o primeiro caso de infeção nas Astúrias, e consequentemente internado no Hospital Universitário Central de Astúrias, onde veio a falecer a 16 de abril.

08
Fev22

SEMANA DA LEITURA | 7 A 11 DE MARÇO

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LER! A QUALQUER HORA EM QUALQUER LUGAR!

Este ano, novamente em versão semipresencial,convidamos escolas e entidades públicas e privadas a promoverem atividades para festejar a leitura como ato de prazer, de imaginação e de conhecimento, lugar de encontro, criativo e colaborativo.

Registe no SIPNL a(s) iniciativa(s) que planeia concretizar e partilhe connosco as experiências vividas nesta semana. Vamos criar uma rede de palavras, vozes e textos que revele a leitura e a escrita como expressões de saber e de liberdade.

Inspire-se nos nossos desafios, acrescente as suas ideias, mobilize a comunidade.

Participe!

Ver programa AQUI

 

07
Fev22

LIVRO DO MÊS DA B.E. | FEVEREIRO

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Luis Sepúlveda, escritor, argumentista e diretor de cinema chileno, vivia em Gijón (Astúrias) desde 1997.

Na nota da Porto Editora é lembrado que o autor chileno era presença assídua na Feira do Livro de Lisboa, em sessões de autógrafos onde era bem visível o carinho do público português pelos seus romances.

Sepúlveda esteve presente em quase todas as 21 edições do Festival Correntes d'Escritas, na Póvoa do Varzim, a última das quais entre 18 e 23 de fevereiro de 2020.

Morreu em Abril de 2020, vítima de Covid-19

20
Jan22

O ESTRANGEIRO | CAMUS E O EXISTENCIALISMO

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O livro “O Estrangeiro”, Albert Camus nos fala sobre o significado da vida humana, que só pode ser entendida no momento da morte. Ou seja, apenas quando enfrenta a possibilidade da morte é que uma pessoa obtém uma percepção acurada da vida.

Nesse livro, Camus introduz a sua filosofia do absurdo expressa a teoria de que a humanidade vive em um mundo que lhe será sempre indiferente. Camus foi um dos maiores escritores de sua época. 

“O Estrangeiro” é merecidamente sua obra mais importante, na qual suas ideias filosóficas são trabalhadas de uma forma sutil e de forma mais envolvente do que seus ensaios. Não conseguimos desgrudar do livro.  O romance é um relato em primeira pessoa da vida de M. Mersault desde o momento da morte de sua mãe. Embora Mersault tenha participado do funeral de sua mãe, não faz questão de ver o corpo, muito embora ele tenha curiosidade em verificar os efeitos do calor e da umidade na sua decomposição. A morte dela não muda nada em sua vida. Em outras palavras, podemos dizer que a morte de sua mãe não tem nenhum significado para ele. Ele tem a consciência da falta de sentido de todos os esforços em face à morte: ele não tem a ambição de avançar em sua carreira profissional, ele é indiferente a estar com amigos. Aceita se casar com Marie, não por vontade dele. Ele simplesmente diz que não a ama, para ele não faz a menor diferença casar ou não. Era indiferente. Mantém um distanciamento irônico típico de um herói concebido do absurdo. Ele não participa da vida não se envolve com ela. Vive o presente, livre de qualquer sistema de valores. Ao invés Em vez de se comportar de acordo com as normas sociais, Mersault tenta viver uma vida honesta, fazendo o que ele quer fazer. Recusa-se a simular sentimentos que ele não possui, e, portanto, ele não se força a chorar no funeral de sua mãe ou a lamentar sua morte profundamente. Mersault é um personagem aparentemente não emocional que "não se preocupa com nada" e afirma mais de uma vez que "não importa de qualquer maneira".

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20
Jan22

O PROCESSO | FRANZ KAFKA

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«O Processo» é um romance de 1914, perturbador, sufocante, mas tragicamente verosímil: «Alguém devia ter caluniado Josef K., visto que uma manhã o prenderam, embora não tivesse feito qualquer mal. A cozinheira da sua senhoria, a senhora Grubach, que todos os dias, pelas 8 horas da manhã, lhe trazia o pequeno-almoço, desta vez não apareceu. Tal coisa jamais acontecera. K. ainda se deixou ficar um instante à espera. Entretanto, deitado, com a cabeça reclinada na almofada, observou a velha do prédio em frente que o contemplava com uma curiosidade fora do vulgar; depois, intrigado e cheio de fome, tocou a campainha. Nesse momento bateram à porta, e um homem, que K. jamais vira na casa da senhora Grubach, entrou no quarto»… O texto, deixado incompleto, conta a história de um bancário que é processado sem saber o motivo. Josef K é perseguido e condenado, desconhecendo as causas da acusação. Apenas sabe, estupefacto, que há um processo judicial contra ele, mas não pode consultá-lo. É obrigado, assim, a percorrer os labirintos da burocracia e da administração, a seguir ritos inconsequentes, a comparecer em tribunais absurdos, a submeter-se a ordens contraditórias e desconexas. Em dado passo, a realidade transforma-se em confusos pesadelos. Foi Max Brod, o editor amigo de Franz Kafka, quem revelou postumamente ao público, em 1925, «O Processo», pertencendo-lhe a escolha e a sistematização dos textos, reeditados com acrescentos em 1935 e 1946. Isto, apesar das orientações deixadas pelo autor no sentido de deverem ser queimados os inéditos. Explica Jorge Luís Borges: «Kafka não quis publicar muito em vida e pediu que destruíssem sua obra, o que me lembra o caso de Virgílio, que também encarregou seus amigos de destruírem a não concluída “Eneida”. A desobediência destes fez com que, felizmente para nós, a obra se conservasse. Eu acho que nem Virgílio nem Kafka queriam, na realidade, que os seus trabalhos fossem destruídos. Senão eles mesmos ter-se-iam encarregado do trabalho. Se eu atribuo a tarefa a um amigo, é um modo de dizer que não me responsabilizo». E Max Brod esclarece: «Em Junho de 1920, fiquei com o manuscrito de “O Processo” e pu-lo imediatamente em ordem. Não tinha título, mas Kafka em conversa intitulara-o sempre “O Processo”. A divisão em capítulos e os títulos são do próprio. A ordem é do meu critério. Contudo, como o meu amigo me havia lido uma grande parte do romance, pôde o meu sentimento apoiar-se, na colocação em ordem dos papéis, na lembrança da leitura. Franz Kafka considerava o romance inacabado. Antes do capítulo final deveria ainda descrever algumas fases do misterioso processo. Mas como este, segundo o autor, jamais devia atingir a suprema instância, o romance era, em certo sentido, inacabável, isto é, infinitamente prolongável».

Agostinho de Morais

11
Jan22

CARTA AOS MEUS AVÓS | 9º D

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"Ouviu-se a leitura da Carta à avó Josefa, de José Saramago. Depois os alunos escreveram postais de Natal aos avós. Turma 9 D. Em Português / ETP, Leituras do Centenário."

“Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e de formadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.

Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.

Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.(Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)

Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: «O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»” (“Carta para Josefa, minha avó” José Saramago)