JORGE SILVA MELO | 1948-2022
Fundador, com Luis Miguel Cintra, do Teatro da Cornucópia, pai dos ainda activos Artistas Unidos, cineasta, escritor, crítico, dramaturgo, editor, tradutor, cronista: Jorge Silva Melo, figura crucial da cultura portuguesa, morreu esta noite, aos 73 anos, confirmou a Casa do Artista. Preparava-se para estrear, no próximo dia 23, uma encenação de Vida de Artistas, de Noël Coward, que deveria ficar até 10 de Abril no São Luiz Teatro Municipal.
Nascido em Lisboa a 7 de Agosto de 1948, passou a infância em Angola, na então Silva Porto (actual Kuito), e iniciou-se no teatro quando, de regresso a Portugal, frequentava a licenciatura em Filologia Românica na Faculdade de Letras.
O cinema viria a ser uma paixão paralela deste intelectual omnívoro, tão apaixonado pela leitura como pela escrita, pelos autores como pelos actores, que em 1969 partia para Londres com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, para estudar na London Film School. Com a cooperativa Grupo Zero, primeiro, e em nome próprio, depois, assinou alguns títulos incontornáveis do cinema português do pós-25 de Abril, como Passagem ou A Meio Caminho (1980), Ninguém Duas Vezes (1985), Agosto (1987) ou Coitado do Jorge (1993). A Cinemateca exibiu em 2020 uma retrospectiva de toda a sua obra, acompanhada da exibição de um ciclo de 20 filmes escolhidos por Jorge Silva Melo.
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Fonte: o jornal diário o PÚBLICO